Tuesday, February 11, 2025

Pai o nome que nunca te chamamos

 Pai, O Nome Que Nunca Chamámos


Chamam-te pai, mas o que és para mim?

Um vulto no tempo, um nome sem fim.

Foste ausência, foste um adeus sem som,

Uma promessa quebrada antes do tom.


Onde estavas quando o mundo caiu?

Quando a dor nos moldou, quando o frio nos vestiu?

Esperávamos cartas, um rastro de ti,

Mas foste silêncio, foste o nada aqui.


Nova vida fizeste, como quem renasce,

E nós? Ficámos no rascunho da tua face.

Nem um beijo, nem um toque, nem um olhar,

Afinal, nunca foste um lar.


Se a terra nos tomasse, virias chorar?

Ou seríamos sombras que preferes calar?

Foste covarde, foste o medo a fugir,

E eu? Fui quem aprendeu a não mais pedir.


Se estás no céu, que o vento te leve,

O peso da culpa, o nome que fere.

E o perdão? Não sei se há,

Mas sei que nunca te deixei de chamar… mesmo sem voz para gritar.


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